Vede a chuva como castiga a terra.
Vede a força com que as gotas atingem o solo; como o céu se torna cinzento e sombrio; como os animais se recolhem e as plantas se dobram ao vento inclemente.
Contemplai a beleza ameaçadora do raio, que corta os ares qual lança agressiva de um deus vingativo, enquanto o estrondo dos trovões anuncia a fúria dos elementos.
São assim os dias de tempestade. Como se o céu se voltasse contra a Terra; como se o Universo se voltasse contra a vida. Como se a calmaria jamais retornasse ao mundo.
Entretanto...
Quando se vai a borrasca, as plantas se mostram mais viçosas; o sol é mais brilhante, a terra mais macia. O ar parece mais limpo, as flores mais perfumadas, os animais mais ativos.
A vida ressurge, mais forte e mais bela do que antes. E pulsa, exuberante, em cada canto: no voo alegre dos pássaros, no azul límpido do céu, no cheiro gostoso da terra molhada.
Todo o mundo se reveste das cores mais lindas; respira a esperança renovada, abriga a certeza de tempos melhores. Docemente se espalha a canção da Eternidade.
As tempestades e as calmarias são necessárias à natureza. A água da chuva e o calor do sol fazem brotar as sementes que renovam a vida, no mundo onde caminhamos.
Assim também acontece em vós.
Porque as tempestades dos vossos sofrimentos e as calmarias dos vossos momentos felizes farão germinar a semente do aprendizado, que se tornará a árvore do Conhecimento.
E esta é a árvore que vos dará os frutos mais doces, ao enraizar-se em vossos corações; e ao provar dos seus frutos conhecereis os sabores e os segredos da Vida.
Aceitai as vossas tempestades, como desfrutais das vossas calmarias; desafiai a chuva e os raios e persisti em vosso caminho, ainda que contra a força dos ventos.
Um dia, a bonança voltará; e com ela voltarão as cores da alegria, o canto harmonioso das aves, a carícia amiga da brisa e a esperança que torna mais leves os vossos passos.
Vede a chuva como castiga a terra; e assim a torna mais fértil e mais generosa.
Como faz o sofrimento ao vosso coração.
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