Antes de tudo, um forte abraço, em amor à História e à Verdade...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

O TRIPLEX ERA DA OAS

 Os documentos da A&M, de que Moro é sócio, atestando que tríplex era da OAS

Documentos da A&M, de que agora Moro é sócio, atestam que tríplex de Guarujá, no edifício Solaris, pertencia à OAS, não a Lula. 

Um é de 2016, e o outro, de 2017. 

Defesa do petista apresentou os dois ao então juiz Sergio Moro, que deu de ombros. 

Será que ainda hoje ele não confia na empresa de que agora é "sócio diretor"?



Reinaldo Azevedo

Colunista do UOL


02/12/2020 07h43


Lembremos de novo: a empresa de que Sergio Moro agora é sócio, a Alvarez & Marsal, respondeu pela recuperação judicial da OAS — que também foi à lona à esteira da Lava Jato. 

A empreiteira está no centro do processo que levou o ex-presidente Lula à cadeia. 

A sandice é tal, já chego lá, que Moro inventou até a delação premiada informal de Leo Pinheiro, ex-presidente da empresa.


RELACIONADAS

Juiz Moro desprezou prova favorável a Lula de empresa de que agora é sócio

Moro e a contratação indecente pela A&M: é dever de Aras mandar investigar

Fux serve de esbirro de Moro e ataca colegas; discurso banaliza Holocausto


Em uma petição enviada ao então juiz, Sergio Moro no dia 19 de abril de 2017, a defesa de Lula exibia dois documentos demonstrando que o tal tríplex de Guarujá não pertencia ao ex-presidente.

 Era, na verdade, propriedade da OAS.

 E quem é que listava o imóvel como patrimônio da empreiteira? 

Ninguém menos do que a Alvarez & Marsal, empresa de que Moro agora é sócio honrado e acima de qualquer suspeita. 

Isso está devidamente documentado.

O então juiz deu de ombros para a evidência e julgou a causa como se o imóvel pertencesse ao líder petista. 

Ou por outra: ele não acreditou no que certificava a A&M. 

Moro desconfia do clube que o aceita como membro. 

Ele condenou Lula à cadeia por ter recebido como propina um apartamento que não era seu segundo atestam os agora sócios do ex-juiz.

Poucos se lembram de que Léo Pinheiro fez dois acordos de delação premiada. 

Um primeiro foi anulado por Rodrigo Janot sem explicação clara.

 Alegou-se descontentamento com vazamentos. 

Não se sabe o que continha, mas se sabe que ele não acusava Lula.

No dia 20 abril de 2017, no entanto, em depoimento a Moro, fora do ambiente de delação, Pinheiro falou o que a força-tarefa queria que ele falasse: disse que a reforma do tal tríplex seria um prêmio da empreiteira dado a Lula como fração de recursos desviados da Petrobras, que existiriam numa contabilidade informal. Não um miserável documento que ateste isso.


E, acreditem, magicamente, as negociações para a segunda delação de Pinheiro recomeçaram dois meses depois.

 Em diálogos revelados pela Vaza Jato, o próprio Deltan Dallagnol expressou a preocupação de que as coisas fossem vistas segundo aquilo que eram. 

Vale dizer: ele achava que o acordo de delação de Pinheiro seria entendido "como um prêmio pela condenação de Lula".

 Eis o melhor retrato da delação premiada no Brasil.

Pergunta: SERÁ que, hoje, Moro acredita na palavra da empresa de que ele é sócio diretor?

 Ou ainda: será que, agora como empresário com ganhos milionários, ele espera que juízes façam como ele fez e ignorem o que certifica a A&M?


REINALDO AZEVEDO

https://noticias.uol.com.br/colunas/reinaldo-azevedo/2020/12/02/os-documentos-da-am-de-que-moro-e-socio-atestando-que-triplex-era-da-oas.amp.htm?__twitter_impression=true


Nenhum comentário: