Tradução: Caminho Alternativo
(14-04-2015) Tanto o Movimento Brasil Livre (MBL) como sua versão estudantil Estudantes pela Liberdade (EPL), principais organizadores das manifestações contra o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), que se celebraram em 11 estados do Brasil, seriam um produto inspirado diretamente por think tanks norteamericanos instalados no país.
Existe "uma clara conexão entre instituições neoliberais norteamericanas assentadas no Brasil e os movimentos que promovem atitudes golpistas no país", disse numa entrevista a Sputnik Nóvosti, Antonio Martins, jornalista de investigação e editor de "Outras Palavras", uma das publicações de imprensa livre online mais importantes do país.
Em concreto, Martins assinalou fundações como a Atlas Leadership Academy, Cato Institute ou o Instituto Ludwig Von Mises, este último fundado e patrocinado pelo milionário Hélio Beltrão Filho quém mantêm conexões com os irmãos Koch dos Estados Unidos, como alguns dos think tanks norteamericanos instalados no Brasil que teriam formado aos principais líderes dos movimentos MBL e EPL, como Fábio Ostermann, Rafael Bolsoni ou Juliano Torres.
"Embora não se possa assegurar que os movimentos estejam diretamente articulados por estas fundações, não há dúvida do doutrinamento exercido sobre seus líderes. Neste sentido, se pode dizer que são uma criação dos think tanks norteamericanos que atuam no país através dos centros locais criados pela aristocracia financeira brasileira", afirmou Martins.
"Se aproveitam da forte despolitização que sofre a juventude no Brasil para criar uma geração de jóvens com um discurso pré-fabricado e feito na medida dos interesses da elite financeira", indicou o jornalista que acusa aos grandes meios de comunicação, como a revista The Economist entre outros, de outorgar "uma atenção mediática sem precedentes sobre um grupo de jóvens como os do MBL".
Em sua opinião, a popularidade mediática dos líderes do MBL e o uso massivo das redes sociais empregados são fruto de "uma estratégia calculada e dirigida por lobbies em São Paulo" e os relaciona diretamente com outros movimentos golpistas que empregam táticas similares em outros países do mundo.
"É só ver o que aconteceu no que chamaram Primavera Árabe, o que conseguiram na Ucrânia ou o que acontece na Venezuela. É uma nova Guerra Fria em que os Estados Unidos tenta impôr de uma maneira sutil suas estratégias de manipulação e controle social", concluiu Martins.
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