Para falar com justiça dos judeus e evitar o racismo e ideias
pré-concebidas, é necessário que se entenda a diferença e o
significado de cinco definições lingüísticas fundamentais:
Judeus, Hebreus, Sionistas, Israelenses e Israelitas.
Em nome de Deus, O Clemente, O Misericordioso.
[…]
1 – Judeus: (do latim Iudaeus, e este do hebraico yehudi). Adjetivo. Judeus são aqueles
que praticam a religião conhecida como Judaísmo. O Judaísmo é uma religião que teve
origem com a revelação divina da Toráh no monte Sinai a um grupo de tribos hebraicas.
Judeus são aqueles que professam esta religião, independentemente da sua raça. O único
e fundamental compromisso dos judeus é unicamente com Deus, estando esse pacto
referido na Toráh ou Pentateuco. Segundo a Toráh e outras escrituras sagradas do
Judaísmo, os judeus foram exilados de Palestina (antes Canaã) há mais de mil anos
por vontade divina, como castigo por terem abandonado os deveres religiosos para
com Deus. Desde então, os judeus estão mortalmente proibidos de se aproximarem
da zona do Monte do Templo, onde antigamente estava o Sinédrio, ou Templo, na
época dos Macabeus; a Toráh e o Talmude proíbem que os judeus formem um Estado,
um país independente ou forcem terminar o exílio. Eles acreditam que o seu exílio
terminará pacificamente com a vinda do Messias (P e B), numa época ideal na qual
todos os povos do mundo se unirão em paz ao serviço do Criador. Estas são as
autênticas crenças históricas dos judeu, como bem o explicam as poucas comunidades
que atualmente os representam e quem as negue, NÃO É JUDEU.
Isto foi explicado e clarificado por algumas das organizações que verdadeiramente
representam a posição do Judaísmo histórico no mundo atual, como Satmar Hassidic
Alguns anos depois da composição deste artigo, encontrei uma interessante explicação
sobre este tópico publicada pelo Centro Virtual Cervantes de Língua Espanhola, que
confirma o ponto de vista exposto neste artigo.
2 – Israelitas: Adjetivo. Termo proveniente da Bíblia, com que se tem designado
historicamente o povo judeu.
3 – Hebreus: Do latim Hebraeus, e este do hebraico ‘ibri, e este talvez proveniente
do
acádio hapirum, pária, vagabundo, transumante. Adjetivo. Designação histórica de
um povo nómada do deserto, oriundo do Médio Oriente. Os hebreus são uma etnia,
raça ou povo, com padrões genéticos e características físicas próprias e distintas de
outros povos. Assume-se geralmente que a maioria dos hebreus praticam o Judaísmo,
mas a verdade é que uma grande parte não são judeus, hoje em dia, talvez a maioria.
E tal como atualmente a maioria dos muçulmanos não são árabes, muitos judeus não
são hebreus, como também muitos hebreus não são judeus, mas sim ateus, cristãos,
sionistas, comunistas ou muçulmanos.
Pode-se ser hebreu sem ser judeu, não praticando o Judaísmo; e se pode ser judeu
sem ser hebreu, através da conversão ao Judaísmo, sendo de outra raça qualquer,
como no caso das comunidades negras de judeus na Etiópia.
4 – Sionista: Adjetivo. É a pessoa que adere ao movimento político do Sionismo, um
movimento nacional socialista hebraico originado por descendentes de judeus europeus
(ashkenazis), que se tornaram laicos ou apostataram do Judaísmo, cujo objetivo
fundamental, após a queda do Terceiro Reich no século XX, foi a colonização forçada
da Palestina para fundar aí um Estado hebraico, a qual se levou a cabo mediante
repressão e assassinatos, uma vez que Palestina nunca esteve desabitada. De início
este movimento foi seriamente resistido no mundo judeu e os rabinos ortodoxos o
declararam “um partido ou seita herege, apóstata e anti-judeu”. Atualmente o acusam
de racista por professar uma ideologia de ódio aos árabes e de praticar o genocídio e
limpeza étnica na Palestina. Os kibuts “socialistas”, tão publicitados nos anos 60, 70 e
80, foram uma forma de enganar a população, propondo no início uma convivência
idealista que os palestinos lamentavelmente aceitaram, pois sentiram que as suas
condições de vida iriam melhorar. O Sionismo foi racista e supremacista desde o
início.
Sua plataforma política implica o extermínio ou deportação dos não israelenses
(pt, israelitas), sejam ou não judeus, para conseguir a criação do “Grande Israel”,
que abrangeria parte de Síria e outras nações limítrofes, como se pode entender
das declarações dos seus principais líderes e ideólogos, como Ben Gurión e
Golda Meir.
O movimento sionista começou então
uma forte propaganda política entre
as comunidades judaicas do mundo,
agitando o fantasma do anti-semitismo
e assegurando que nenhum judeu está
seguro fora de Israel. O movimento foi
ganhando adeptos entre os hebreus e
algumas comunidades de judeus, que
foram abandonando os princípios do Judaísmo e substituindo a lealdade a Deus e à
sua religião histórica pela lealdade política a um Estado.
5 – Israelense(1) : Adjetivo. Cidadão habitante e leal ao Estado de Israel. Não se deve
confundir com o adjetivo “israelita”, que ainda hoje se utiliza para se designar os judeus.
Conclusão: Uma pessoa pode ser hebréia, sionista e israelense. Pode ser
cristã, chinesa e sionista. Uma pessoa pode ser israelense, cristã e de
origem ariana. Mas jamais pode ser judeu e sionista simultaneamente,
porque os fundamentos do Judaísmo e do Sionismo contradizem-se,
como explicam as organizações de judeus ortodoxos antes mencionadas,
A ideia de que “judeu” e “sionista” são sinônimos é una falácia inventada pelo movimento
sionista para diminuir as comunidades judaicas dispersas pelo mundo e transladá-las
para Palestina, convidando os judeus a desconhecer a proibição de Deus e dos seus
sábios, dizendo-lhes que na realidade o Judaísmo não é religião mas sim uma cultura e
um conjunto de tradições, o que é absolutamente falso. Engano este que o mundo parece acreditar, inclusive árabes e muçulmanos, chamando judeus aos sionistas e vice-versa.
Por último, à luz do exposto, Israel não pode ser lingüísticamente denominado como um
A maioria dos hebreus e judeus em geral têm muitas dúvidas sobre tudo o que diz respeito
a Israel; alguns estão contra e outros estão a favor da sua existência como Estado, mas
são poucos os que defendem Israel sem reservas e justificam os seus crimes. Quanto aos
sionistas, a maioria deles não são nem judeus nem de origem hebraica. Inclusive, como é
do conhecimento público, as igrejas evangélicas da América Latina são abertamente
sionistas.
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de Creative Commons, 2007.
Nota do
tradutor: Em português do Brasil e em língua castelhana, a diferença entre
israelense (israelí em castelhano) e israelita é facilmente identificada. Em português
europeu o termo “israelitas” refere-se aos cidadãos do estado de Israel e também ao
termo bíblico referente ao povo judeu.
Autor: Moámmer Darman al-Muháyir