Antes de tudo, um forte abraço, em amor à História e à Verdade...

terça-feira, 2 de março de 2010

HOMENAGEM AO PROFETA DO MUNDO

Entre o mar e o céu, vive o Profeta. Entre a Loucura e a Razão, entre o Azul e o Verde, entre Amor e a Paixão, duas simples verdades ao fundo de cada coração.

Chove no Mundo
O céu envolveu o verde com seu manto
Será que os Anjos andam a brincar com as nuvens
Ou é apenas um deus que verte seu pranto
Chove no Mar, água na água
A maresia ostenta um diadéma de sal azul
Uma bruma envolve o meu querer
Há um pronúncio de saudade vinda do sul
O caminhante não tem medo da chuva
A loucura não teme a razão
O ódio é tão parecido com o amor
A palavra amar mora na casa da paixão
Mas...
O estranho tomou-me de assalto
A noite tomou conta do dia
A lua e o Sol enlouqueceram no alto
Atirei a mão na procura do gesto
As Estrelas decidiram morar no Mar
Um anjo descobriu o caminho secreto dos pássaros
O mesmo que levei sete dias para encontrar
Sete são as maravilhas
Sete são os sortilégios encontrados
Sete serão os teus anseios perdidos
Sete são as cidades dos mal-amados
Lagos de fogo e luz
Um golfinho tocador de bandolim
Uma baleia branca a rodopiar no areal
Um cavalo marinho a galope no princípio, zombando do fim
Um homem branco vestido de branco
Um homem negro com desgosto de ser preto
Uma mulher a fazer de conta que o amor é bom
Um homem que não se importa porque lhe dá jeito
E solta-se o desatino
O gozo fugiu de um corpo faminto
Boca que deixa fugir um pedaço de dor
O tempo para por um momento
A quietude invadiu a alma deste pobre poeta
Na passagem beijei a mão a um Vigário
Acordei em sobressalto com amargo gosto na alma
Sonhei que...O Mundo Estava ao Contrário...
Publicado por O Profeta




A noite caíu no Mundo
O Sol encolheu seus raios e foi embora
A terra protestou novamente
Uma alma soluça e chora
A noite foi agitada de estranho jeito
Uma dor surgiu do nada, arroxou-me o peito
Caí no escuro das profundezas do sono
Vi surgirem luzes de um brilho incompleto
Vi surgir multidões de gente atordoada
Vi em seus rostos um sofrimento atroz
Vi tantos, tantos que não contei o contar
Vi a vida na partida do chegar
Vi solta a miséria de sorriso miserável
A pobreza esvair-se sem ter um corpo para consumir
Ouvi o som imenso de mil lamentos
Fiquei quedo, aprisionei o grito ao sentir
O troar do trovão, esta incessante chuva
As estrelas choram todas as mágoas na terra
Onde param os Anjos, porque não nos acodem os Santos
O mal e o bem porfiam esta eterna guerra
As casas do sul ruiram todas
Tal como a esperança desesperada
Toquei no rosto de uma criança triste
Senti uma paz surgir do nada
Para onde vai tanta alma de uma só vez?
Para o mesmo céu que se desfez em pranto?
Será que o Deus acolhe todos em seus braços?
Ou será que ser pobre não vale tanto?
Será que ser é ser-se apenas o que é?
De quantos actos se compõe uma vida em sorte?
Será que esta peça foi escolhida por mim?
Será que para este actor no fim vence a morte?
Vence sempre!
Nem sempre o aplauso acontece
O cantador de acasos canta para si
O coração assim palpita, não esmorece
Que noite confusa vivi
Entre o sonho e uma realidade que só eu sei e os meus
Chorei na verdade, na partida de crentes e ateus
Abri os olhos...Que Mundo Meu Deus...
Publicado por O Profeta

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