Detecta, bandeira de Alckmin, foi indicada por Coronel que agora trabalha na Microsoft
SAB, 04/10/2014 ATUALIZADO EM 04/10/2014
Jornal GGN - O coronel Alfredo Deak Jr, quando na ativa, foi o principal defensor do Detecta, um sistema de combate ao crime. Sob sua defesa o negócio foi fechado. Na ocasião ele estava na ativa e fez a ponte entre o governo de São Paulo, seu governador Geraldo Alckmin, e a Microsoft. O negócio foi fechado e custou R$ 9,7 milhões. Tornou-se a bandeira principal da campanha de Alckmin. Agora, o coronel não está mais na ativa, e trabalha na Microsoft. Analise a matéria da Folha.
da Folha
Oficial se aposentou e virou executivo da Microsoft após ajudá-la a vender sistema de combate ao crime
Alfredo Deak ainda estava na ativa quando comitiva do governo estadual viajou para conhecer software
REYNALDO TUROLLO JR.CATIA SEABRA ROGÉRIO PAGNANDE SÃO PAULO
Um coronel da ativa da Polícia Militar trabalhou para ajudar a Microsoft a vender ao governo de São Paulo o sistema de combate ao crime que se transformou numa das vitrines da campanha do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à reeleição neste ano.
Com o negócio fechado, Alfredo Deak Jr. se aposentou e assumiu o posto de chefe da divisão de segurança pública da Microsoft para as Américas. O software do Detecta, como o sistema foi batizado pelo governo paulista, custou R$ 9,7 milhões ao Estado.
Em maio de 2013, quando ainda estava na ativa, Deak recepcionou, em nome da Microsoft, uma comitiva do governo que viajou a Nova York em busca de opções de sistemas de inteligência para a polícia de São Paulo. Deak só entrou oficialmente para a reserva em julho do ano passado.
Composta por integrantes das polícias e pelo secretário de Planejamento, Julio Semeghini, a delegação esteve ainda em Londres e Amsterdã.
Segundo a assessoria da Microsoft, Deak cumpriu a tarefa de mostrar ao governo para o qual trabalhava que o Detecta era o sistema ideal para a segurança do Estado.
O coronel comandou o Departamento de Telemática da PM de 2009 a 2012. Nesse período, anunciou a criação de programas que prometiam funções semelhantes às hoje propostas pelo Detecta, mas que jamais chegaram às ruas.
Um desses programas prometia entregar aos policiais nas ruas o histórico dos crimes de qualquer lugar, além de fotos de suspeitos que atuam na região, à medida que o carro passasse por ela.
Em outro, alertas avisariam automaticamente a polícia sobre brigas de torcidas e outros eventos violentos.
Deak também foi responsável, em 2012, pela compra dos 11,5 mil tablets instalados nos carros da Polícia Militar. Segundo relatório de policiais enviado na época à Assembleia Legislativa, os tablets nunca funcionaram bem.
Em 2012, o então secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, suspendeu compras feitas na gestão Deak --no valor de R$ 300 milhões--, afastou-o do comando da área de tecnologia e transferiu-o para uma unidade na zona leste de São Paulo.
Na ocasião, Ferreira Pinto justificou à Folha ter tomado a decisão após suspeitas de irregularidade nas licitações.
Uma delas --a compra de R$ 196 milhões em software da Microsoft-- é alvo de análise no Tribunal de Contas do Estado por suspeita de direcionamento para uma revendedora da Microsoft. O TCE questiona ainda a dependência de um único fabricante.
O Detecta foi comprado pela Prodesp, empresa estatal de processamento de dados. A aquisição foi coordenada por Semeghini. Para usá-lo por 12 meses, a Secretaria da Segurança vai pagar R$ 8,6 milhões à Prodesp. O contrato poderá ser renovado depois disso.
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