América Latina
6 de junho de 2014 - 10h01
Com apoio do Brasil, Cuba terá remédio contra o câncer em dois anos
Cuba espera desenvolver, antes de 2 anos, um novo remédio natural contra o câncer, que reduziria os tumores e ajudaria a evitá-los em pessoas com pré-disposição para a doença, anunciou nesta quinta-feira (5) o laboratório estatal Labiofam.
AFP
Cuba espera ter remédio natural contra o câncer antes de 2 anos. Foto: AFP/ Fred Tanneau
Trata-se de uma solução de oito "peptídeos" (tipos de moléculas), extraídos de uma espécie de escorpião que, clonados mediante técnicas de engenharia genética, demonstraram uma eficácia "impressionante" em testes de laboratório, disse o presidente do Labiofam, José Fraga Castro. Em testes pré-clínicos com ratos, a resposta "realmente impressionou, ou seja, houve reduções de 90% em questão de nove dias do tamanho do tumor", declarou Fraga.
"Se nós conseguirmos desenvolver os testes clínicos entre o final e o começo do ano, poderíamos estar falando (...) de um ano e tanto, a possibilidade de dar este passo" e ter o medicamento aprovado para uso em massa, explicou ele em entrevista à AFP.
"Fizemos esta avaliação pré-clínica repetidamente e os resultados se mantiveram, o que demonstra que o produto já é estável, que é um antitumoral altamente eficaz. Estamos na fase de escalada, para ir a um teste clínico posterior, com todos os testes que o processo tem", acrescentou.
O Labiofam desenvolve outros medicamentos com veneno de escorpião, que melhoram a qualidade de vida do paciente com câncer, mas não revertem a doença. O peptídeo natural já foi testado com bons resultados em humanos em casos de pacientes desenganados pelos médicos e com autorização pessoal e familiar, disse Fraga.
"Do ponto de vista de produção, não há nenhum tipo de dificuldade, o tema está em que seja aprovado para uso pelos organismos de controle e regulação dos medicamentos humanos", acrescentou.
Colaboram no desenvolvimento do novo medicamento, que ainda não tem nome comercial, empresas da China e da Rússia, menos propensas a receber "pressões" de transnacionais farmacêuticas, uma vez que um medicamento contra o câncer seria concorrente da quimio e da radioterapia, tratamentos que geram ganhos "milionários", disse o funcionário.
Cuba exporta várias vacinas e remédios desenvolvidos com biotecnologia, que rendem ao país 600 milhões de dólares anuais.
Parceria com o Brasil
No início deste ano, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou uma carta que estabelece parceria bilateral entre Brasil e Cuba para o desenvolvimento de medicamentos contra o câncer e doenças autoimunes.
O acordo permite que empresas brasileiras e cubanas desenvolvam conjuntamente"novos medicamentos. Em nota divulgada na época pelo Blog do Planalto, o governo federal informou que o texto prevê ainda a redução no custo desses medicamentos e produtos, além de "estímulo à inovação tecnológica" no Brasil.
Da redação do Portal Vermelho,
Com informações do Blog do Planalto e de agências de notícias
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