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segunda-feira, 11 de junho de 2012

SÍRIA: A BATALHA É CONTRA O IMPERIALISMO

Síria: a batalha é contra o imperialismo

A crise, que se agrava na Síria, ganha contornos que unem velhas táticas do imperialismo a uma ação midiática feita sob medida para desmoralizar o governo do presidente Bashar Al Assad e legitimar a intervenção armada estrangeira sob o pretexto de preservar a vida de civis contra a ação de tropas do governo sírio.

Esquadrões da morte armados, treinados e financiados por países imperialistas multiplicam assassinatos contra a população civil, que são apresentados na mídia internacional como massacres promovidos por forças do governo sírio.
 Estas ações são depois difundidas amplamente por essa mídia para alimentar o clamor pela intervenção militar estrangeira na Síria. E há inclusive um plano denunciado agora para usar a televisão local e difundir notícias falsas sobre a derrota do regime e sua queda, usando transmissões via satélite para interceptar o noticiário local e plantar, no espaço das televisões locais, notícias alarmistas falsas, favoráveis aos grupos armados de oposição a Assad.
Seria uma espécie de clímax midiático da ação criminosa que se desdobra em território sírio, multiplicando-se as denúncias de massacres cometidos por “rebeldes” - na verdade, terroristas e criminosos armados e financiados pelos países imperialistas - dotados de armamento pesado e mesmo, como acaba de ser denunciado, de armas químicas e gases tóxicos remetidos para eles a partir da Líbia.

A jornalista suíça independente Silvia Cattori relata inúmeros casos de notícias falsas que acusam as tropas do governo sírio de promover massacres. Ela entrevistou moradores que desmentem as notícias divulgadas na Europa, EUA e outros países. Enumera os crimes cometidos pelos “rebeldes” (terroristas e bandidos pagos pelos países imperialistas). Um exemplo foi o ocorrido nas localidades de Karm Al-Zeitoun e Al-Adawiye, onde moradores identificaram os cadáveres de parentes e conhecidos que haviam sido sequestrados antes pelas milícias “rebeldes”. Este crime se repetiu em inúmeros outros lugares.
Em abril, a revista alemã Der Spiegel entrevistou um mercenário que agia na Síria no massacre de civis e militares. Ele deu detalhes dessa ação criminosa e sua organização; ele fez parte, admitiu, da “quadrilha do enterro”, que matava pessoas que, antes, foram interrogadas sob tortura pela “quadrilha de interrogação”. E havia outra quadrilha, encarregada de enterrar os assassinados em valas comuns, como fizeram antes na Líbia.
São relatos que o secretário geral da ONU simplesmente não leva em conta, em seu afã de acatar as ordens de Washington, Londres e Paris para forçar a aprovação da intervenção militar na Síria.

Repete-se a armação política, militar e midiática semelhante à montada contra a Iugoslávia e o Iraque, em 1990, novamente contra o Iraque em 2003 e, mais recentemente, contra a Líbia, vítima dos ataques da Otan que desorganizaram a vida local, assassinaram seu governante, Muamar Kadafi, e entregaram o país à disputa entre os grupos armados violentos que foram implantados ali pelas mãos da Otan.

O que ocorre na Síria é mais uma etapa da sangrenta ação imperialista para usar a seu favor a chamada - e comemorada - “primavera árabe”. Em condições diferentes da armação montada contra a Líbia em 2011.
Agora, a ação dos EUA, União Europeia e seus aliados não terá o apoio do Conselho de Segurança da ONU, onde Rússia e China reiteram a oposição a qualquer ação armada contra a Síria e exigem uma negociação para por fim aos conflitos.

O governo de Assad já deu inúmeras demonstrações da disposição para negociar, mas elas esbarram na oposição dos EUA e da União Europeia e na recusa em aceitar qualquer acordo de cessar fogo por parte das milícias armadas, financiadas pelo imperialismo. São faces da mesma moeda - o assassinato de civis (entre eles crianças, mulheres e idosos) pelos esquadrões da morte tem o objetivo de criar um clima de intolerabilidade contra o governo sírio. Na outra ponta, a mídia repercute estas acusações e as autoridades do imperialismo - como a secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton, o ministro de relações exteriores do Reino Unido, William Hague - , esbravejam brandindo o tacape representado pela Otan, e dizem que a situação chegou a um ponto “inadmissível”, como declarou Hillary Clinton na semana passada.
A batalha que se desdobra na Síria, opondo uma nação independente e soberana aos ditames do imperialismo, diz respeito a todos os povos livres. Os assuntos sírios - seu governo, a crise que se arrasta no país, a solução que será encontrada para ela - dizem respeito exclusivamente ao povo sírio no exercício de sua soberania.
 Cabe aos democratas e progressistas de todo o mundo lutar contra a interferência do imperialismo - seja pela forma de uma ação da Otan, seja pela sordidez do apoio e financiamento a esquadrões da morte -naquele país.

Esta é uma batalha dos povos livres contra o imperialismo.

Síria: a batalha é contra o imperialismo - Portal Vermelho

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