MASSACRE NO RIO DE JANEIRO
por Cláudio Messias
O massacre na escola do Rio de Janeiro deveria chamar a atenção da sociedade para um fenomeno pouco observado: as pessoas com tendencia maníaco-depressivas.
São pessoas com um temperamento e comportamento diferente da etiqueta social. Considero etiqueta social o comportamento padrão de um indivíduo visto pela sociedade de forma geral. Ou seja: uma pessoa é bem aceita no grupo social se for sorridente, simpática, não gostar muito de assuntos relativos a coisas sérias (chatas, tais como estudar, trabalhar, cumprir deveres, etc). As pessoas com comportamento diferente disso, especialmente quando crianças ou adolescentes são alvos de chacotas, algozes, provocaçoes diversas. É gostoso juntar a turma pra zoar aquele aluno que fica quieto no canto só trocando conhecimentos com o professor. É gostoso zombar daquele indivíduo que não tem uma roda de amigos, etc. Tais pessoas geralmente são tímidas, e por nao conseguir acompanhar o raciocínio dos bate papos em grupos, onde o assunto é muito é muito dinâmico, acaba se isolando em cantos e se tornando alvos de provocações, a se reagir, até de violência física. A sociedade trata tais pessoas de anti sociais, e vêem o isolamento como simples opção. Não consegue ver que naquela pessoa há uma diferença. Existe sim um bloqueio, que nao impede a pessoa de ser inteligente, de apreender muito, de inventar coisas, mas faz com que seu raciocínio seja um tanto lento o que o impede de ter resposta imediatas para conversas em grupos. O que para outras pessoas é mera brincadeira, respondida de plano e altura, para uma pessoa com tal bloqueio chega a soar como ofensa. Tais pessoas passam a se isolar, e com o tempo criar nelas mesmo um submundo de ódio, e ver até ver o resto do mundo como inimigos. Não podemos chamar isso de comportamento, pois este é volitivo, as pessoas comportam como querem, e os anti-sociais são assim por falta de opção. Levam uma vida profundamente infeliz, presa em um submundo do qual nao consegue sair a aproveitar o pouco de bom que o mundo oferece. Não consegue ter amigos, nao consegue namorar, etc. A vida lhe soa como um fardo pesado demais, desnecessário, eis que lhe foi imposta sem a sua permissão. Algumas pessoas conseguem superar suas dificuldades e prosseguir a vida. Conseguem adptar as suas dificuldades ao meio. MAs algumas nao conseguem, e se trancam cada vez mais em submundos cada vez menor, e desenvolver em si uma monstruosidade tão grande ao ponto que querer, se puder, detruir tudo aquilo que lhe faz mal. O problema é que tudo no mundo lhe faz mal. Se torna um inimigo de gente. Isso é consequencia do isolamento ao qual sempre foi submetido. Esse é o caso de TODOS os maníacos que ja foram identificados. Todos os massacres em escolas norte americanas, os casos conhecidos no Brasil como o bandido da Luz Vermelha, o Maníaco do Parque, e agora o maníaco do Rio de Janeiro, sao pessoas com perfil psicológico semelhante. O pensamento do maníaco é mais ou menos assim: "se o mundo me odeia, por que hei de amá-lo?". Quando a sociedade de uma forma geral apreender lidar com os diferentes, aprender que nem só os simpáticos, bonitos e sorridentes são pessoas humanas, sempre haverão os maníacos fazendo vítimas pessoas inocentes. A sociedade cria seus monstros, e depois querem exterminá-los. É assim com os criminosos, que se originam da segregação social, e é assim também com os maníacos que surgem sa rejeição dos bons. Não se trata de querer pegar no colo uma pessoa que não gosta de ficar na roda, mas de apenas respeitá-lo. Já é dolorido para uma pessoa ficar isolada, por não conseguir estar junto, ser alvo de zombaria, chacotas e até agressões (e no caso do Rio, isso foi dito por um ex-colega de escola do maníaco). Se ao invés de excluir, taxar como chato, e achar que a solicidão a qual uma pessoa se acomete é opção, deveriamos preparar nossos filhos para a inclusão e especialmente o respeito. Se esse pensamento prevalecesse, Adolf Hitler não teria matado ninguem. É claro que nada justifica o que esses montros fizeram, até porque, o fizeram conscientes, e apesar de diferentes são inteligentes e sabem distinguir o bem e o mal, mas a sociedade deve repensar a sua relação com os diferentes. Não somente negros e gays merecem respeito, pessoas não-simpáticas também. Traumas da infância e da juventude nem sempre são superados. É duro demais para uma pessoa sentir-se rejeitada, e tais pessoas são rejeitadas. Não podemos exigir que todos sejam simpáticos, conversadores, galãs, bonitos, para que sejam respeitados. Isso precisa ser ensinado em casa, para as crianças. A criança vítima de bullying pode se tornar o Hitler de amanhã. Paremos de fabricar cobras, pois elas fatalmente nos picarão.
A notícia pela manhã desta quinta-feira, dia 07 de abril me chocou demais e meu coração está em pedaços.Um atirador entrou na escola municipal Tasso da Silveira no Rio de Janeiro e matou 12 crianças.Fiquei horrorizada!O nosso país já tem páginas de tragédias envolvendo tráfico e jovens e agora uma chacina com jovens inocentes e dentro de uma escola, local que abriga sonhos e ideais.Tenho um jornal para estudantes e sei como é prazeroso lidar com a juventude: suas ideias e sonhos.Sei que a escola atualmente para a garotada é como um lazer e não mais um local de estudar.A gente nota pelas comunidades no orkut, onde os estudantes mencionam a escola como "local para encontrar e fazer amigos", já na minha época, além disso, tínhamos a escola para aprender, estudar e ter amigos.O que mais me dói é saber que foi arrancada de cada um desses jovens, o direito de viver,sonhar, se divertir, namorar,questionar, criar,mudar e aprender e crescerem cidadãos do bem e dignos.Na carta que o atirador Wellington de Oliveira deixou, ele pede perdão a Deus, mas perdão em ter matado crianças, as quais Jesus tanto amava ?Lamentável e muito triste saber que os bons morrem jovens, dizia o poeta Renato Russo!
Um comentário:
Terrível acontecimento, Bernardete. Todo o nosso luto ainda será pouco! :( Fica bem, amiga.
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