Antes de tudo, um forte abraço, em amor à História e à Verdade...

sábado, 31 de maio de 2014

AS GUERRAS INJUSTAS DOS EUA E SEUS ALIADOS

Obama, o matador

 
 
 
http://www.anovademocracia.com.br/108/04.jpg
Ao receber o Nobel da Paz, logo após sua posse como porta-voz do imperialismo ianque, Barack Obama, como todos os chefes do império que o antecederam, usou a palavra 'paz' com o sinal invertido, ou seja, fez em seu discurso a apologia da guerra e, mais que isso, reivindicou para o USA o conceito de guerra justa.
O USA, juntamente com sua parceira Inglaterra, são historicamente as nações mais belicistas do mundo. Belicismo este a serviço da pilhagem, da espoliação, exploração e dominação de nações e regiões inteiras da face da Terra. Praticantes da guerra de agressão, estes países jamais poderiam se outorgar o direito de reivindicar a si o conceito de guerra justa, direito sagrado dos grupos, classes, povos e nações agredidas, espoliados e explorados.

OBAMA INCREMENTA A GUERRA

Em sua recente visita ao Oriente Médio, com a esfarrapada desculpa de retomar as conversações de paz entre o sionismo e os palestinos, Obama desatou um nó que impossibilitava abreviar o desfecho de uma ofensiva com vistas à invasão da Síria: a ruptura entre Israel e Turquia após o ataque sionista ao barco turco, em 2010, com ajuda humanitária aos palestinos.
Sob a cortina de fumaça das conversações de paz entre judeus e palestinos, a diplomacia ianque costurou a reaproximação entre Israel e Turquia visando formar um eixo de ataque no qual estes países promovam sob a bandeira da Otan um ataque sanduíche sobre a Síria, capaz de destruir toda a resistência de Assad.
Para seus planos de dominação de um ampliado Oriente Médio, que iria desde o norte da África até o Irã, a queda da Síria abriria caminho para uma futura invasão do Irã, objetivo perseguido pelo USA el  Israel e, também, pela própria Turquia. Obama pressionou Israel a pedir desculpas pelo ataque ao barco turco e a indenizar as famílias das vítimas, no que foi atendido. E, sem chamar atenção, num gesto aparentemente desproposital, pegou o telefone e ligou para Erdogan, o gerente turco, e passou para que Netanyahu "humildemente" formalizasse o pedido de desculpas. Feito isso, estava concluído o objetivo principal da viagem.
Com esta iniciativa, Obama não tem mais como sustentar a menor veleidade de se passar por um defensor da paz como tem apregoado em seus discursos.

MATADOR POR "DELIVERY"

Na verdade, sua prática desde o primeiro mandato tem sido, inclusive, de contradizer os discursos de campanha quando, por exemplo, prometia fechar os centros de tortura de Guantánamo e de Abu Ghraib, como também retirar suas tropas do Iraque e do Afeganistão. Ao retirar parte dos efetivos do exército os substituiu por mercenários, além de passar a usar em larga escala os drones – aviões não tripulados – para fazer ataques em série, atingindo os seus pretensos alvos e um sem número de populações civis.
Os drones são usados pelo USA para fazer trabalho de espionagem e aniquilamentos seletivos em qualquer lugar do mundo, a partir de bases militares no território ianque e, possivelmente, na Arábia Saudita. O uso de tais aparelhos tem sido contestado por juristas e entidades defensoras de direitos humanos por contrariarem as convenções de guerra internacionalmente consagradas, além de desrespeitarem a soberania dos países como Iemem, Etiópia, Paquistão, isto para não falar de Iraque, Afeganistão, Líbia e Síria, locais onde o USA direta ou indiretamente faz a guerra.
O uso de tais aparelhos, iniciado na administração Bush Filho, foi ampliado exponencialmente  por Obama e, segundo observadores, já eliminou cerca de 2.600 supostos "terroristas" escolhidos a dedo por informantes infiltrados nestas regiões. Acontece que o brinquedo, inicialmente apontado como extremamente "cirúrgico" pelos seus fabricantes e usuários, provoca uma tremenda destruição ao redor de seus alvos que atinge uma escala de dez civis para cada alvo, dito militar, eliminado.
Obama, portanto se arvora o direito de decidir sobre a morte de seus alvos militares, aos quais não possibilita a menor chance de defesa e sequer cogita fazer capturas com vida ou mesmo feridos, como defendem aqueles que modernamente procuram elaborar normas para a guerra. Quanto aos civis assassinados, o matador se resume a enviar pedidos de desculpas às famílias das vítimas com promessas de apuração as quais nunca se sabe o resultado.
A substituição de efetivos militares por aparelhos não tripulados tende a ser aplicada em larga escala pelo matador ianque, uma vez que com isso consegue reduzir em alguns milhões de dólares os gastos militares além de iludir o povo estadunidense que a cada guerra vê seus filhos retornarem em sacos pretos ou, na melhor das hipóteses, viciados em drogas ou em estado demencial.

A VERDADEIRA GUERRA JUSTA

O assassinato em massa desencadeado por Barack Obama não arrefece os ânimos daqueles que, em seus países, lutam para expulsar o invasor ianque através da justa guerra de libertação nacional ou daqueles que desenvolvem guerras populares. Estas, sim, por serem verdadeiramente guerras justas, multiplicam seus combatentes a cada mártir que cai. Enquanto persistir a dominação imperialista eles não darão um minuto sequer de tranquilidade ao inimigo.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

BRASILEIROS ENTRAM NO ESPÍRITO DA COPA



Quase 400 mil brasileiros já fizeram filas – às vezes, de horas até – para ver, tocar e tirar fotos e selfie com a taça da Copa do Mundo que viaja pelo país. Mas a mídia, Rede Globo a frente, só tem olhos e só destaca os 3 mil que saíram as ruas para protestar contra a Copa em 12 cidades do país há pouco mais de uma semana.

No último sábado, toda a mídia falou de um protesto semelhante, também noticiado como sendo contra a Copa, realizado na Zona Oeste paulistana, no bairro de Pinheiros. Só que neste, os três mil de uma semana antes no Brasil inteiro, evaporaram-se. Reduziram-se a participantes nesta manifestação no fim de semana em São Paulo, o que nem assim arrefeceu o ânimo pró-tragédia da imprensa.

Alguns comentaristas, uma praga cada vez mais presente nos noticiários de TV, que falam mais do que dão notícia, mantiveram o tom que seguem há duas semanas e misturaram os protestos contra a Copa com as greves e passeatas por melhores salários de professores e motoristas (em São Paulo) e de rodoviários (no Rio, como são chamados lá motoristas e cobradores de ônibus).

Todos, mídia, comentaristas, sem exceção, minimizaram a violência das manifestações contra a Copa, a violência de mascarados, de gente com o rosto coberto, de outros que compareceram às manifestações sem saber contra o que protestavam. Estão todos loucos por uma tragédia que macule o Mundial de futebol que começa daqui a 17 dias no nosso país (no próximo dia 12), com a partida entre Brasil e Croácia, no estádio do Corínthians, o Itaquerão, em São Paulo.

A propósito, não deixem de ler o primoroso artigo que o jornalista Ricardo Melo publica hoje na Folha de S.Paulo sob o título “A Copa, o X-Tudo e a lista da Forbes”. Ele explica bem o que há, no fundo, em torno disso tudo, dos protestos aos rebeldes sem causa que vão às ruas, à cobertura da mídia. 

Acessem aqui:http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ricardomelo/2014/05/1459896-a-copa-o-x-tudo-e-a-lista-da-forbes.shtml

quarta-feira, 28 de maio de 2014

DEFESA NA COPA DO MUNDO - BRASIL 2014

DEFESA NA COPA - LEGADO PARA O BRASIL...Voltada, principalmente, ao apoio para a realização segura da Copa do Mundo, a atuação das Forças Armadas deixará um legado importante também para a proteção do país.

Para assegurar a execução do planejamento da Defesa, o Governo Federal tem investido, desde 2012, R$ 709 milhões na modernização e no preparo do aparato militar à disposição da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Parte desses recursos foi revertida na aquisição de novos equipamentos e tecnologias, que ficarão como legado para as Forças Armadas, com uso na segurança de novos eventos e para atender as necessidades de defesa do país.

Foram obtidos, por exemplo, equipamentos e infraestrutura para defesa cibernética e centros de operações; kits para defesa química, biológica, radiológica e nuclear; módulos para combate ao terrorismo e material de emprego geral para as tropas, entre outros.

Além disso, diferentes conjuntos de equipamentos e viaturas passaram por trabalhos de manutenção e modernização.

Parcela dos investimentos foi direcionada também para ações de capacitação dos efetivos militares, em especial nos setores de integração logística e operacional.

Outro legado importante refere-se à atuação conjugada entre os diferentes setores estatais envolvidos. Embora menos perceptível para o público, o trabalho integrado entre as Forças Armadas e demais órgãos federais, estaduais e municipais é apontado como um dos principais avanços na segurança de grandes eventos realizados no país.
O governo federal está investindo, desde 2012, R$ 709 mi para modernização e preparo do aparato militar da Marinha do Brasil (Oficial), do Exército Brasileiro (Oficial) e da Força Aérea Brasileira. Isso trouxe novos equipamentos e tecnologias, que ficarão como legado, com uso na segurança de novos eventos e para atender necessidades de defesa. Veja mais da preparação da Defesa: http://copa2014.defesa.gov.br/

A PAZ CHEGANDO ÀS PROVÍNCIAS DE DAMASCO PELA VITÓRIA DA NAÇÃO SÍRIA


via Carlos Tebecherani Haddad - Facebook
NOTÍCIAS DE DAMASCO 4.99.- A PAZ ESTÁ CHEGANDO ÀS PROVÍNCIAS DE DAMASCO PELA VITÓRIA DA NAÇÃO SÍRIA: 4.700 MERCENÁRIOS TERRORISTAS SE RENDEM NO SUL DE DAMASCO. Damasco
Al Manar, Beirut.
28.05.2014.
Tradução de Carlos Tebecherani Haddad.
Fontes informadas disseram que mercenários terroristas armados chegaram a um acordo de rendição e reconciliação com as autoridades sírias em áreas do sul de Damasco, como Mantaqat Al Assali.
Segundo os detalhes do acordo, mais de 4.700 mercenários terroristas renderam-se, depuseram as suas armas e regularizaram as suas situações ante às autoridades sírias.
De acordo com as mesmas fontes, o acordo entrará em vigor depois de que se produza um cessar-fogo, na quinta-feira à noite. Fontes militares ressaltaram a importância desse acordo de reconciliação, que devolverá a normalidade às zonas citadas.
Esse acordo poderia ter importantes repercussões para o campo de refugiados palestinos de Yarmuk, próximo das localidades mencionadas, onde combate um grupo de mercenários terroristas que se encontram assediados ali.
Várias localidades da província de Damasco têm passado ao controle do Exército Árabe Sírio sem disparar nem um só tiro, devido a esse tipo de acordos.
Recentemente, outro acordo desse tipo foi subscrito em Homs, e levou à evacuação de cerca de 1 mil terroristas da cidade, junto com as suas famílias.
Curtir ·  · 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

GUERRA MUNDIAL À VISTA

22/05/2014 - Copyleft

Uma guerra mundial se aproxima

Com os postos avançados da OTAN localizados no Leste Europeu e

nos Bálcãs, o último amortecedor que faz fronteira com a Rússia está

sendo dividido.





Arquivo
John Pilger - CounterPunch


Por que toleramos a ameaça de uma nova Guerra Mundial? 

Por que permitimos mentiras que justificam esse risco? 


A escala da nossa doutrinação, escreveu Harold Pinter, é um “brilhante, até espirituoso e altamente bem sucedido ato de hipnose,” como se a verdade “nunca tivesse acontecido mesmo quando está acontecendo.”

Todo ano, o historiador americano William Blum publica seu “sumário atualizado do relatório da polícia externa dos EUA” o qual mostra que, desde 1945, os EUA tentaram derrubar mais de 50 governos, muitos democraticamente eleitos; interferiu grossamente nas eleições de 30 países; bombardeou a civilização de 30 países; usou armas químicas e biológicas; e tentou assassinar líderes internacionais.
Em vários casos a Inglaterra colaborou. 


O nível do sofrimento humano, não só criminalmente falando, não é muito conhecido no Oeste, mesmo com a presença da comunicação mais avançada do mundo e do jornalismo mais ‘livre.’ Que as maiores vítimas do terrorismo – nosso terrorismo – são muçulmanos, é um fato.
Que o jihadismo extremo, que levou ao 11/9, foi nutrido como uma arma da polícia Anglo-Americana (Operação Ciclone no Afeganistão) é suprimido. Em abril o departamento de Estado dos EUA notou que, seguindo a campanha da OTAN em 2011, “Líbia se tornou um refúgio para os terroristas.”

O nome do “nosso” inimigo mudou com o passar dos anos, de comunismo para Islamismo, mas geralmente é qualquer sociedade independente do poder ocidental e que ocupa estrategicamente território útil ou rico em recursos. Os líderes dessas nações obstrutivas são violentamente postos de lado, como os democratas Muhammad Mossedeq no Irã e Salvador Allende no Chile, ou são mortos como Patrice Lumumba no Congo. Todos estão sujeitos a uma campanha midiática ocidental que os denigre e os caricatura – como Fidel Castro, Hugo Chávez, agora Vladimir Putin.

O papel de Washington na Ucrânia é diferente somente nas suas consequências para o resto de nós. Pela primeira vez desde os anos de Reagan, os EUA estão ameaçando iniciar uma guerra. Com os postos avançados da OTAN no Leste Europeu e nos Bálcãs, o último “amortecedor” que faz fronteira com a Rússia está sendo dividido. Nós do Ocidente estamos apoiando os neonazistas em um país onde os nazistas ucranianos apoiaram Hitler.

Tendo arquitetado o golpe em Fevereiro contra o governo eleito democraticamente em Kiev, o confisco da histórica e legítima base naval de águas mornas Russa na Criméia, falhou. Os Russos se defenderam como fizeram contra qualquer ameaça e invasão vindos do oeste por quase um século.

Mas o cerco militar da OTAN acelerou, junto com os ataques americanos orquestrados aos russos étnicos na Ucrânia. Se Putin pode ser provocado até pedir auxílio, seu papel pré-ordenado de ‘alheio’ vai justificar uma guerrilha coordenada pela OTAN que, provavelmente, vai cair em próprio território russo.

Ao invés, Putin frustrou o partido da guerra quando estava procurando acomodação com Washington e a União Européia, retirando tropas da fronteira ucraniana e insistindo para que os russos étnicos ao Leste da Ucrânia abandonassem o referendo da semana. Essas pessoas que falam russo e os bilíngues – um terço da população ucraniana – tem solicitado há um tempo uma federação democrática que reflita as diversidades étnicas do país e que seja autônoma e independente de Moscou. A maioria não é nem separatista e nem rebelde, somente cidadãos que querem viver seguros em sua pátria.

Como as ruínas do Iraque e do Afeganistão, a Ucrânia se tornou um parque temático da CIA – dirigido pelo diretor da CIA, John Brennan, em Kiev, com ‘unidades especiais’ da CIA e do FBI criando uma ‘estrutura de segurança’ que fiscaliza possíveis ataques aos que se opuseram ao golpe em Fevereiro


Veja os vídeos, leia os relatórios das testemunhas do massacre em Odessa. Bandidos fascistas queimaram a sede do sindicato, matando 41 pessoas que estavam presas dentro. Assista a polícia ficar parada. Um médico disse tentar resgatar as pessoas, “mas fui impedido por pró-Ucrânia Nazistas radicais. Um deles me empurrou e disse que logo todos os judeus em Odessa teriam o mesmo destino. Me pergunto porque o mundo está em silêncio.

Ucranianos que falam Russo estão lutando para sobreviver. Quando Putin anunciou a retirada das tropas russas da fronteira, a secretária de defesa de Kiev – uma das fundadoras do partido fascista Svoboda – alertou que os ataques aos ‘insurgentes’ iriam continuar. De um jeito Orweliano, a propaganda no ocidente inverteu isso para Moscou “tentando orquestrar conflito e provocação,” de acordo com William Hague. Seu cinismo combina com o ‘parabéns’ nojento de Obama à junta do golpe pela sua ‘memorável repressão’ seguindo o massacre em Odessa. Ilegal e fascista, a junta é descrita por Obama como ‘devidamente eleita.’ O que importa não é a verdade, disse Henry Kissinger uma vez, mas sim o que se percebe como verdade.

Na mídia Americana, a atrocidade de Odessa tem sido chamada de ‘sombria’ e ‘tragédia’ na qual ‘nacionalidades’ (neonazistas) atacaram ‘separatistas’ (pessoas que coletavam assinaturas para o referendo na federação Ucraniana). O Wall Street Journal de Ruppert Murdoch condenou as vítimas – “incêndio mortal na Ucrânia foi iniciado por rebeldes, diz Governo.’ As propagandas na Alemanha vem sendo como na Guerra Fria, com o Frankfurter Allgemeine ¬Zeitung alertando seus leitores da guerra “não declarada” da Rússia. Para os alemães, é uma ironia Putin ser o único líder a condenar a ascensão do fascismo na Europa do século 21.

Um truísmo popular é que “o mundo mudou depois do 11/9”. Mas o que mudou? De acordo com Daniel Ellsberg, um golpe silencioso aconteceu em Washington e quem comanda agora é o militarismo excessivo. 

O Pentágono atualmente coordena as ‘operações especiais’ – guerras secretas – em 124 países.
Em casa, elevando a pobreza estão os corolários históricos de um estado em guerra perpétua. Adicione o risco de uma guerra nuclear, e a pergunta é: por que toleramos isso?



http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Uma-guerra-mundial-se-aproxima/6/30994


Créditos da foto: Arquivo

NAKBA - 66 ANOS DE CATÁSTROFES PARA O POVO PALESTINO

Nakba: Palestinos marcam 66 anos de exílio, ocupação e resistência


Os palestinos marcaram, nesta última quinta-feira (15), o Dia da Nakba, a Catástrofe. São 66 anos desde a criação do Estado de Israel, baseado na ideologia colonialista, fundada sobre um nacionalismo religioso artificial que forçou centenas de milhares de árabes ao exílio e à morte, inaugurando um longo período de ocupação militar e opressão. O Portal Vermelho conversou sobre a Nakba com representantes palestinos e do movimento judeu contra o sionismo.
Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho

Em 1948, o Estado de Israel foi criado a partir da "limpeza étnica" que matou cerca de 15 mil palestinos, destruiu cerca de 500 vilas e forçou 750 mil pessoas a tornarem-se refugiadas.  -  World Bulletin
Em 1948, o Estado de Israel foi criado a partir da “limpeza étnica” que matou cerca de 15 mil palestinos, destruiu cerca de 500 vilas e forçou 750 mil pessoas a tornarem-se refugiadas.  - World Bulletin

Em 1948, o Estado de Israel foi criado a partir da “limpeza étnica” que matou cerca de 15 mil palestinos, destruiu cerca de 500 vilas e forçou 750 mil pessoas a tornarem-se refugiadas.
Como parte do memorial, vários grupos participaram de marchas pelas ruínas de vilas destruídas durante a colonização israelense, na Cisjordânia palestina, na última semana. Nas manifestações desta quinta-feira (15), fontes locais denunciaram a morte de dois palestinos pelas forças israelenses. Muhammad Audah Abu al-Thahir, de 22 anos, e Nadim Siyam Nuwarah, de 17, ambos de vilas próximas à sede administrativa da Palestina, a cidade de Ramallah, foram atingidos com munições letais no peito, uma amostra da fatalidade da repressão contra os palestinos em suas próprias terras.

Cerca de 530 vilas (embora apenas 418 tenham sido oficialmente registradas) foram arrasadas por grupos sionistas de atuação terrorista, organizados principalmente contra a gestão britânica, enquanto potência colonial na Palestina, até 1947. Por isso é que, para os israelenses, o motivo de comemoração foi o evento que caracterizam como uma vitória contra as tropas britânicas durante a Guerra de 1948 e a “independência de Israel”, após os episódios que mudaram significativamente o mapa da região.
Assim, uma das principais bandeiras levantadas pelos palestinos é a do direito dos refugiados ao retorno – luta da qual o maior símbolo são as chaves guardadas, de casas em grande parte já destruídas – conforme previsto pelo direito internacional e, especificamente, pela resolução 194 da Assembleia Geral das Nações Unidas, de dezembro de 1948.

populacao_palestina_-_reconhecer_a_nakba60956

A criação do Estado de Israel foi um grande projeto colonizador impulsionado desde a Europa, assentado na ideologia sionista, que foi propagada no fim do século 19. Esta é a conclusão de diversos estudiosos, inclusive historiadores judeus (Ilan Papé, Shlomo Sand e muitos outros) e palestinos, como o acadêmico Edward Said. Não foi novidade, neste caso, o uso da religião ou das diferenças identitárias enquanto ferramentas mobilizadoras para o objetivo político de colonização.
Em documento divulgado pelo Departamento de Assuntos das Negociações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), por ocasião da Nakba, estima-se que cerca de 800 mil pessoas – ou quase 67% da população, em 1948 – foram expulsas das suas terras, tornando-se refugiadas. “Até os dias de hoje, Israel ainda não reconheceu a sua responsabilidade pelo papel que desempenhou na criação e perpetuação da Nakba,” elaborada especificamente através do chamado Plano Dalet, pela milícia sionista Haganah, de acordo com o documento da OLP, após a resolução das Nações Unidas sobre a partilha da palestina, aprovada em 29 de novembro de 1947. Aproximadamente 15 mil palestinos foram mortos nas operações de “limpeza” de locais como Jerusalém e a cidade de Jaffa, além de centenas de vilas.

Instrumentalizar a religião

O rabino comentou sobre os judeus ortodoxos que ainda não são obrigados a servir o Exército israelense, uma questão em intenso debate atualmente, no país. Para ele, a busca por integrar a comunidade ortodoxa à conscrição é uma tentativa de emprestar maior caráter religioso ao Estado de Israel.

Foto: Reuters
Foto: Reuters

O rabino David Feldman, da organização “Judeus Unidos Contra o Sionismo”, disse ao Vermelho que as elites sionistas “interpretam falsamente” seus textos religiosos para justificar as suas agendas. Os sionistas, disse o rabino, “lançaram uma guerra para tomar a terra e expulsar os palestinos. Os judeus acreditam em justiça, decência e respeito à propriedade alheia. Os sionistas roubaram a terra dos palestinos e construíram seu Estado sobre ela.” Além disso, os colonos que se instalam ilegalmente nos territórios palestinos “também usam o judaísmo para aprofundar seus crimes,” continua.
“Estas são as formas com que os sionistas usam o judaísmo para se legitimarem. Assim, expulsam os palestinos porque almejam um Estado judeu, mas a terra em que o estabeleceram, em 1948 (quase 80% da Palestina) tinha mais árabes do que judeus. Com uma maioria de árabes, como poderiam estabelecer um Estado judeu?”
“Esperamos pelo dia em que esse estado chegue a um fim pacífico, quando todos os palestinos sejam livres para retornar aos seus lares e judeus e árabes vivam novamente como vizinhos na Palestina e em todo o Oriente Médio, como fizeram há séculos.”

Resistência e luta pela libertação

Foto: Moara Crivelente / Portal Vermelho
Foto: Moara Crivelente / Portal Vermelho
Abdallah Abu Rahma, coordenador do comitê de luta popular da vila da Bil’in, também explicou ao Vermelho o esforço de resistência dos palestinos em suas terras, contra a expansiva ocupação israelense.
“A violação do direito internacional humanitário é exemplificada pela construção do Muro de Apartheid e a política de confiscação das nossas terras para a construção de colônias”, disse Abu Rahma. O coordenador refere-se ao projeto de um “muro de segurança”, como denominado pelo governo israelense, que, quando completo, deve alcançar cerca de 800 quilômetros de extensão, com oito metros de altura, engolfando porções significativas da Cisjordânia palestina. O comitê popular realiza protestos semanais contra o muro, quando também denuncia a repressão israelense, que lança bombas de efeito moral e detém ativistas com violência, muitas vezes de forma arbitrária e com acusações vagas.
O projeto foi do muro lançado em 2002 e a construção já alcançou cerca de 700 km, mas foi detida por alguns períodos devido à pressão de grupos como o comitê popular de Bil’in, que contestou na justiça a captura de 58% da área da vila, reduzindo a perda a 28% do território, por decisão emitida em 2007, acatada em 2011.
“Até agora, são contínuas as violações de Israel, com a morte de civis e a detenção de crianças e mulheres, além dos ataques dos colonos aos agricultores, às mesquitas, às propriedades. Por tudo isso, continuamos lutando para deter a ocupação e as violações, através da nossa resistência não violenta.”

Solidariedade e dignidade

Durante um recital de poesias em homenagem ao povo palestino, organizado pelo Comitê pelo Estado da Palestina (CEP) em São Paulo, nesta quarta-feira (14), o embaixador Ibrahim Al-Zeben, que representa a Palestina no Brasil, disse ao Vermelho: “São 66 anos em que a chama da luta pelo direito seguirá acesa, neste ciclo que foi interrompido com a criação do Estado de Israel e a sua negação à criação do Estado palestino, conforme definido pela ONU há 67 anos,” em 1947.

Foto: Moara Crivelente / Portal Vermelho
Foto: Moara Crivelente / Portal Vermelho




















“Para nós e para todos os que lutamos pela justiça, com o tempo, a ocupação e a arbitrariedade de Israel não impede o nosso povo de continuar fazendo todo o possível, tudo o que está ao seu alcance para recuperar o seu direito a uma vida em território pátrio,” afirmou.
Israel, continuou o embaixador, “fez tudo o que pôde para impedir que a identidade palestina seja restaurada. Com isso, ocupou territórios, cometeu massacres, destruiu vilas, assassinou líderes, mantém presos mais de cinco mil lutadores pela liberdade, armou um Exército visível e invisível em todo o mundo, para impedir que o povo palestino não seja reconhecido.”
“Mas a força da justiça e do direito está vencendo, lentamente. Estamos conquistando aqueles espaços que nos correspondem. O que marca, realmente, é o fato de termos que esperar 66 anos para alcançarmos isso. O preço tem sido muito elevado, com o impacto nacional, com a destruição das nossas bases socioeconômicas, enfim. Pagamos um preço alto, mas a luta é esta. Cabe a nós, como palestinos, enfrentar este fenômeno, o mais desastroso dos séculos, me parece: a limpeza étnica.”
Por outro lado, o embaixador saudou, em discurso no evento do CEP, a solidariedade crescente à causa palestina, especialmente no Brasil. Al-Zeben garantiu: “o povo palestino está confiante de que o futuro nos pertence. A paz será alcançada e esperamos que seja o mais breve possível, para evitar mais derramamento de sangue, mais desperdício de energias nacionais, tanto dos palestinos quanto dos povos árabes, dos nossos amigos em todo o mundo e também do povo israelense, que se dedica a uma posição de guerra que só leva a mais destruição.”

estatisticas_palestinos_refugiados60952

























O embaixador ressalta, entretanto, o impacto generalizado sobre o povo palestino, “que paga muito mais caro” pelo estado das coisas. “Estamos sem pátria, sem paz, sem bases socioeconômicas, vivemos sob ocupação, perseguidos, presos. Esperamos poder recuperar nossa dignidade, nossa unidade nacional e o direito ao retorno. É absurdo e desumano continuarmos vivendo em campos de refugiados, em que alguns já o são pela quarta vez, como os da Síria, do Iraque ou do Líbano. Ao longo desses 66 anos, os palestinos viveram um refúgio atrás do outro e esta agonia precisa terminar, temos de recuperar os nossos direitos a uma vida digna, em conjunto com todos os povos da região.”
No documento divulgado pelo Departamento de Assuntos das Negociações, a OLP também afirma que a Nakba “é uma história contínua de deslocamento, destituição e exílio. Israel precisa reconhecer a sua responsabilidade na criação e a perpetuação da questão dos refugiados. A Nakba continua a ser uma realidade para o povo palestino, e a sua negação por Israel não fará seus efeitos desaparecerem: apenas uma paz justa baseada no direito internacional pode curar as feridas abertas há 66 anos.”